Para quem gosta e esta sempre junto, misturado e açucarado!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Onde foi que vocês erraram ?


Hoje, trago comigo um assunto um tanto quanto polêmico para algumas pessoas, algumas pessoas que tem filhos.
Eu acho importante trazer para este espaço assuntos como este que vou expor, e tenho certeza que muitos leitores vão parar para pensar, pelo menos 1 minuto nestas questões, os que têm e os que não tem filhos. Eu garanto!

Antes de trabalhar com o que trabalho atualmente (vendas), dava aulas para pré-escolas. Bem, devo antecipar do que se trata o texto, ele se trata de criação dos filhos e crianças em geral, como se expressam, como nos expressamos e onde erramos.

Voltando, eu dava aulas em pré-escolas, na cidade de Canoas/RS região metropolitana de Porto Alegre. Lidava com crianças de muitas classes sociais, religiões e idades e sem falar das formas de criação que são as mais variadas. Não tenho filhos e sinceramente nem cheguei perto de tê-los, mas acho que esse deveria ser um exercício que toda mãe (mulher) deveria fazer antes de ter filhos, seria como um tipo de curso pré-maternidade e garanto que evitaria “certos” vícios que os pais insistem em ter na hora da criação dos pimpolhos. Digo isso meus caros (as), pois acreditem, as crianças como toda criatura racional do mundo é uma coisa na escola, clube, casa de amigos e outra na companhia dos pais, seja qual for o lugar onde estejam. E definitivamente, isso só prova à teoria de que todos nós usamos máscaras inconscientemente, como forma de proteção e/ou passaportes para pequenas ou grandes conquistas. Quem de vocês já não se pegou pensando que com certeza é uma pessoa em casa, uma no trabalho, outra na faculdade e assim por diante? De fato, somos assim! Mas devo lembrar que de forma inconsciente, essas máscaras que chamo de subsídios que todo o ser humano tem “e usa” para suas pequenas e grandes conquistas no seu dia-a-dia não são ruins! E sim uma forma natural de existência e convivência das pessoas, e não importa a idade! E para finalizar esse assunto, essas máscaras são diferentes das que certas pessoas usam de forma proposital para manipular e fazer outras coisas inescrupulosas com semelhantes.

Os pais não entendem que os filhotes longe deles são crianças autoconfiantes, mais inteligentes, coerentes, capazes! Pois estão longe do seio familiar e tendem a desenvolver mais, certos atributos psicológicos e intelectuais e acreditem, físicos também! Mas como na presença dos mesmos, de forma quase que instantânea, voltam a se tornar os “filhinhos da mamãe e/ou do papai”, não acho isso ruim, pensando no ponto de vista que os pais serão os únicos no mundo que pegarão leve com essas pessoas em construção, só eles que darão “colher de chá”, até acho justo, mas isso quando for em doses homeopáticas, pois se não souberem dosar esse carinho e proteção, podem com certeza estragar e prejudicar a formação dos mesmos! Querem saber como? Leiam o relato abaixo...

Em uma certa pré-escola em uma certa cidade do Brasil, existe uma futura professora em estágio, ela dá aulas para crianças do pré (04 a 06 anos) durante o dia todo, na parte da manhã atividades de recreação e à tarde aulas práticas de alfabetização, ou seja, os mesmos alunos e professora passavam o “dia inteiro juntas”. Tinha uma aluna (muito querida pela professora) que estudava à tarde em uma escola próxima (1° série) e na parte da manhã descansava, estudava e fazia trabalhos escolares com a educadora. A mãe da menina, que trabalhava em uma banca de crepes o dia todo não dava para sua promissora filha certos sentidos de deveres e responsabilidades para consigo e suas coisas, achava que as mesmas deveriam ser zeladas “apenas” pelas professoras, pois ela às pagava para isso, dando uma certa futilidade para a criança que estava tendo sua personalidade em construção, e com as informações distorcidas para com seu futuro perfil não se sentia nem um pouco responsável por si e muito menos por seus estudos. A professora pegava no pé, dava broncas, conversava, explicava de tudo que a pequena precisasse saber sobre escola e vida, elas se apegaram muito. No dia de pegar seu boletim do 1° semestre, uma outra professora foi buscá-la e ambas vieram conversando sobre suas recentes notas baixíssimas, sendo que a mesma estudou de várias formas as matérias, e muitas vezes mostrou-se sabida das mesmas, mas infelizmente não obteve êxito naquele semestre. A conversa foi mais ou menos assim:

Professora: - Docinho! Que notas são estas? O que houve? Tu e a professora Helena estudaram tanto! Como isso aconteceu?

Aluna Docinho: - Não sei (sem nenhuma preocupação)

Professora: - O que a sua mãe vai dizer sobre isso?

Docinho: - |( (deu de ombros)

Professora: - E o que a professora Helena vai dizer disso?

Daí então com os olhos arregalados e uma cara de culpa misturada com preocupação ela disse: - Ai!

Bom, em resumo, Docinho que não tinha da mãe nenhum pouco de cobrança e nem encorajamento com relação a suas responsabilidades, nem deu bola para as futuras breves reações da mesma por causa das notas, mas em compensação... Ficou bem “atucanada” com a reação de sua professora. Sabem o porque disso? Simplesmente por que a mãe, que estava “pagando” iria apenas cobrar resultados da professora Helena, como sempre fez! E Docinho, bem inteligente, sabia disso, pois quem iria cobra-la seria a professora Helena e não a mãe, a como de fato foi o que aconteceu!
A mesma criança que de forma carinhosa chamamos de Docinho, um dia foi flagrada conversando com outra colega dizendo: - Tu pediu para a sua mãe te levar para ver o filme das Meninas Super Poderosas e ela disse não?
Florzinha: - é...(cabisbaixa)

Docinho: - Mas por que isso?

Florzinha: - Porque eu tirei notas muito baixas e quatro matérias...(ainda cabisbaixa)

Docinho: - Ahhhh! Mas sabe o que eu faço quando a minha mãe não quer me dar o que eu quero?

Florzinha: - O quê? (com um sorriso bem eufórico)

Docinho: - Eu choro! (risos) e sempre dá certo, por que daí ela faz tudo o que eu quero.

Florzinha: - Nossa! Eu nunca pensei nisso! (com ar pasmo)

Professoras: TODAS CAIDAS DE COSTAS!

Devo dizer que muitas foram as minhas experiências em pré-escolas, todas válidas e muito, mas muito educativas. A mãe de Docinho apesar de ter essa troca de valores era uma boa mãe e se esforçava para dar de tudo para sua filha, pois em sua vida de criança lhe faltara muitas coisas que precisava e desejava, mas sabem de uma coisa? Eu sempre achei que o problema, um dos erros que os pais comentem com seus herdeiros é exatamente isso, eles se preocupam muito em dar o que não tiveram em suas infâncias, mas esquecem de dar o que tiveram, coisas que não se compram, pois não tem valor numérico e sim valor sentimental e honroso, que pena que muitos pais se esqueceram da importância de ensinar para seus filhos certos méritos na vida, valores que fazem uma pessoa ser a diferença no mundo! É uma pena!

“Longa é a viagem rumo a si próprio, inesperada é sua descoberta”.
Thomas Mann

Quero lembrar que tal texto foi tirado de situações reais e opiniões tiradas de conclusões pessoais, nada fora estudado para a realização do mesmo. Apesar da autora estudar Pedagogia da Educação.

4 comentários:

Osvaldo disse...

EDUCAÇÃO!!!!!!!!!!!!!
URGENTE!!!!!!!!!!!!!!
Para os pais e filhos!

L.S. Alves disse...

Minha filha às vezes tenta a técnica do choro comigo. Eu sento e aguardo com aquela ladainha no ouvido.
Não bato, mas tmabém não dou o que acho que ela não merece.
Um abraço.

BizucoGirl Insight disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
BizucoGirl Insight disse...

rsrsrsrs
Ótimo! Parabéns meu caro! Antes existissem pais assim como tu.
Ela tem sorte!
Abraços